Ânsia talante

Uma ânsia

de se livrar

das vestes

que, como teias pegajosas,

cobrem os ossos

anêmicos, antigos.

Rios mornos ininterruptos,

turbulentos,

correndo,

incessantes noites,

pernas presas,

dentes, cabelos feios

na morte que,

torpor inevitável,

não há.

Semente sempre.

Vencer o espelho mofado,

cínico das fraquezas.

Dorme,

dorme entre as margaridas

arranjadas sobre seu peito

silencioso, sequioso

manejo teatral.

Palcos esquecidos.

E esse desapego

que, alvitre,

soma aos sentidos

que apenas agora

aceito?

Alvedrio.