Cicatrizes

Não me foi dado um nome,

e até me falta um lar,

por que devo conhecer o mar?

Poderá me suprir a alegria?

Eu sou feito de tristeza,

um dia sem beleza,

rosto sem identidade,

criança que não veste fantasia.

Sou um encontro da solidão,

fadiga e sofrimento,

abraço de momento,

em meio ao pranto da dor,

nas águas turvas do mar,

sem forças pra navegar,

rosto de um órfão triste,

que não conheceu a face do amor.

Minhas infância deixou cicatrizes,

quando eu só tinha o coração de menino,

e fui jogado ao próprio destino,

sem o doce sabor de ser amado,

tive que abafar a tristeza,

por vezes não escondi minha fraqueza,

não pude viver a estesia de ter um lápis de cor,

tampouco sei porque me pego falando do passado.

Eu fui acolhido com indiferentismo,

adotei os bons olhos como modelo,

e venci meu maior pesadelo,

viver o futuro ao qual fui destinado,

mas sofro por aqueles que não sei onde estão,

queria poder-lhes estender a mão,

são fruto da falta de amor e orgulho doentio,

e como lírios tristes só precisam de atenção e cuidado.

Marciano Fernandes
Enviado por Marciano Fernandes em 10/05/2020
Código do texto: T6943392
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