Poema

As estrelas

E o céu e a lua e o éter sem movimento

A acumulação de todos os sempres sem remate

A noite e a divisa da noite em madrugada

Esquiva

O sol a praia a areia que urde e foge pela água

Que espraia na treva sua concha entreaberta

do corpo em movimento

Trazendo os anseios e as curvas fatídicas

na aurora que exorta

O jardim a flor o pássaro a fruta que cai da árvore

Impoluta

Uma espera sem volta e uma volta que opera

A lentíssima solidão da vida

Todos os minutos acumulados em horas dias e meses e anos que passam

Mas não passam e se acumulam nas costas nas juntas no passo que falha na vista que falha

No olhar que já duvida

E no sonho que não volta

As estrelas o céu e o éter

Tudo contido apenas na simples mão

Que espalmo.

Alfred Delatti
Enviado por Alfred Delatti em 04/05/2021
Código do texto: T7247759
Classificação de conteúdo: seguro