Poema
As estrelas
E o céu e a lua e o éter sem movimento
A acumulação de todos os sempres sem remate
A noite e a divisa da noite em madrugada
Esquiva
O sol a praia a areia que urde e foge pela água
Que espraia na treva sua concha entreaberta
do corpo em movimento
Trazendo os anseios e as curvas fatídicas
na aurora que exorta
O jardim a flor o pássaro a fruta que cai da árvore
Impoluta
Uma espera sem volta e uma volta que opera
A lentíssima solidão da vida
Todos os minutos acumulados em horas dias e meses e anos que passam
Mas não passam e se acumulam nas costas nas juntas no passo que falha na vista que falha
No olhar que já duvida
E no sonho que não volta
As estrelas o céu e o éter
Tudo contido apenas na simples mão
Que espalmo.