Perigos na caminhada

Uma alma doce, tristonha e eternamente palpitante

perde-se a cada instante,

esquece o rumo em tão grande espaço...

São tantos silêncios, tantas sombras...

Escondem-se em meu peito pulsante...

Traveste-se de mistérios, enigmas indecifráveis...

Seu espírito, melancólico... nunca mais será como era antes.

São demais os perigos desta vida...

E para enfrentá-los não está minha alma munida

Em qualquer esquina...

Muda sua sina.

Amores pelos caminhos foram perdidos...

Deseja encontrá-los

Tê-los ainda consigo...

Queria que fosse agora... não apenas que tivessem já sidos.

E na eterna aventura em que persiste...

Quanto mais procura e não acha...

Continua, insiste, não desiste...

É improvável que não fique cada dia mais triste.

Um novo caminho traça.

Espera nele encontrar menos desgraça.

De passo em passo segue adiante

Quer trazer pra perto o que vê tão distante.

Cultiva a esperança.

Segue cheia de cuidados...

Olha atentamente pra todo lado.

Não quer ser pega de surpresa.

Quer, pelo menos uma vez, sair da noite... ilesa.