Ai de mim!

Ai de mim, se não fosse o acalanto!

Viveria infeliz, inerte, em vão.

Trocaria o meu sorriso por um pranto,

Não teria nem juízo e nem razão.

Ai de mim, se não fosse a poesia!

Não seria um poeta trovador.

Sem nenhuma inspiração, eu rimaria,

Alegria e tristeza, ódio e amor.

Ai de mim, se não fosse a esperança!

Cairia em depressão astuciosa.

Só teria uma vã perseverança,

Numa rude decisão, vil, enganosa.

Ai de mim, se não fosse o início!

Com certeza, eu chegaria ao meu fim.

Tombaria em um grande precipício,

Gritaria para o mundo: -Ai de mim!

Valério Márcio
Enviado por Valério Márcio em 30/09/2022
Reeditado em 01/10/2022
Código do texto: T7617714
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