Uma vez mais.
Minhas mãos plantadas ao avesso.
E ao avesso tudo eu vejo
E talvez também tudo eu seja.
Minha carne viva exposta aos sobressaltos
Da superfície de um tempo ido.
Minha boca calada
Os dentes cerrados.
Um pedaço que faltou
Outra parte que ficou.
Escuto e não falo.
(O que poderia dizer?)
Todas as palavras eu usei
Em frases erradas.
Entro agora em um quarto vazio; eu, as paredes,
O teto e o chão.
Abro a janela que dá para o leste.
Esperarei o sol nascer e aprenderei
Novas palavras.
E sob a luz do sol as usarei.
(Espero que dê certo!).