Uma vez mais.

Minhas mãos plantadas ao avesso.

E ao avesso tudo eu vejo

E talvez também tudo eu seja.

Minha carne viva exposta aos sobressaltos

Da superfície de um tempo ido.

Minha boca calada

Os dentes cerrados.

Um pedaço que faltou

Outra parte que ficou.

Escuto e não falo.

(O que poderia dizer?)

Todas as palavras eu usei

Em frases erradas.

Entro agora em um quarto vazio; eu, as paredes,

O teto e o chão.

Abro a janela que dá para o leste.

Esperarei o sol nascer e aprenderei

Novas palavras.

E sob a luz do sol as usarei.

(Espero que dê certo!).

Fabiano Stopassolli
Enviado por Fabiano Stopassolli em 18/10/2022
Reeditado em 15/03/2024
Código do texto: T7630745
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