ARRISCAR

Arriscar atalhos e travessias

Lançando-se de corpo e alma no espaço

Onde não há pegadas nem trilhas

Existe a impressão de se deslocar parado.

Arriscar a decidir descobrir

Se o tempo é passado, presente e futuro

O porquê do que me impulsiona a ir e vir

Preside menos calma e mais tumulto.

Arriscar a ilustrar essa sabedoria

Num detalhe tão grande e pequeno

Não se esgota numa estação da vida

Reaprende-se no valor de um momento.

Arriscar no sofrer atrever a sorrir

Rompendo com o disfarce de cego, surdo e mudo

Como de repente no deserto fazer florir

Isso é coisa de quem tem o coração maduro.

POEMA: ANTONIO GUSTAVO