"Gatuno"

Lembro de um tempo,

Que meu semblante aborrecido,

Afastava rápido de mim

tudo o que fosse e era possível.

Olhar vago, cara amarrada,

Sem perspectiva, nem estrada.

A revolta reinava,

Sem rumo caminhava.

Procurei em muitos lugares,

Bares, amigos, jogos fugazes.

Sem perceber que na verdade,

Precisava era de muita coragem.

Sem dinheiro, sem bagagem.

Setas indicando passagem.

Para uma vida menos sofrida,

Será larápio minha única saída?

Auto estima nunca tinha,

Olhando no espelho ou mente vazia.

Sentimento a flor da pele,

Pai, cadê você que me entristece?

Já sabiam o que seria de mim,

Sem eu mesmo imaginar.

Pivete que rouba e mata,

Sem piar ou me culpar.

Eis que esse olhar então mudou,

Algo surgiu e amenizou.

Sem pensar ou esperar,

Abri a boca e decidi cantar.

Sentimento, mágoa e tudo que via,

Foi se transformando em melodia.

Cada rima e cada palavra,

Me tirava daquela jornada.

Para aqueles que não esperavam,

Nada realista ou intimista.

Se surpreenderam quando notaram,

Que esse Gatuno virou Letrista.

Rimador de coisas simples,

Se fortalecendo da tolice.

Daqueles desacreditados,

Um Poeta tinha virado.

Essa essência é minha verdade,

É o que hoje me anuncia.

E para todos que me encontram,

Enxergam só a Luz que me Guia.

(Homenagem a uma pessoa especial, C.A)

Blandos Vultus
Enviado por Blandos Vultus em 04/12/2023
Reeditado em 04/12/2023
Código do texto: T7946576
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