Desígnio

Quem foi que desenhou o mundo?

E a sua linha do tempo?

Se foi alguém ou um fenômeno tão obscuro

O mais misterioso

Quem foi que nos deu a doença vida

Em que a única cura é o veneno?

Quem foi que nos deu um sentido

Se não há sentido

Ou se algum dia saberemos

Ou se serão os nossos descendentes

Os que não deixarei

Se a minha vida morrerá comigo

Como toda vida morre, por dentro

Quem foi ou o que foi

Ou quando foi, quando não haviam leis

Dimensões, nem mesmo o silêncio

Se não havia quem o escutasse...

Qual desígnio tão imperfeito que cria um ser horrendo

Nosso Deus e somos Frankensteins

Monstros sedentos de viver

Escravos de toda necessidade