A viajante e a cidade de ouro

Me chamam de louca

Mas louca não sou

Louca é a mulher

Que espera todas as noites de inverno

Por seu marido na beira do rio

Mal sabe a boba

Que ele afundou com todo o navio

Me chamam de estranha

Mas estranha não sou

Estranha é a garota

que com seu livro de bolso

Se esconde atrás de seu cérebro louco

Falam que estou morta

Mas morta não estou

Pois um cadáver nunca um poema recitou

Falam que morri

Mas morta não estou

A prova disso é que esse poema ainda não acabou

Viajei pelo mundo e os sete mares

Mas nunca alguém me tocou

Como a louca e a estranha me tocaram

Pois loucos não ligam para nada

acho até elogio

Apesar disso esse lugar é um tanto quanto esquisito

Tem o jornaleiro

Que sabe historias do mundo inteiro

Tem o pescador

Que para sua amada deu uma flor

Que se tornou a fonte de sua dor

Escutei varias historias em minhas viagens

Que de arrepiar os cabelos são capazes

Mas nunca uma historia me contou

Oque o pescador falou e o jornaleiro recitou

Uma voz de um alto de um prédio um dia me falou

"A um paraíso e é pra lá que eu vou, minha historia acabou, mas procure a sua''

Acho que nessa cidade encontrei a minha

Por: Minha neta Maria Eduarda Paz Pagotto

Dona Joana
Enviado por Dona Joana em 10/03/2024
Código do texto: T8016708
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