Carpintaria da vida

A despeito dos incontáveis desafios da vida,

há ainda quem se erga como lixa para seu semelhante,

Afrontando a paz, promovendo agonia constante

Afiados como machado, suas palavras e gestos rudes em cena,

Empenhando-se em tumultuar, em perturbar, sem pena.

A lixa, pensa que machuca, com seu papel áspero e rude,

Não percebendo que é ela quem se ilude.

Pois ao ser perturbado, aprimora-se o ser lixado,

A paciência e o perdão como metais no fogo são forjados

Cada golpe desferido somente à lixa corrói.

Nosso caráter em formação se assemelha a madeira,

Suas arestas, rústicas e ásperas precisam de aparo

Com o “trabalho” da lixa, a beleza se faz.

Na carpintaria da vida, somos um móvel a esculpir,

A lixa que acredita ferir está apenas a polir

As virtudes do coração de quem procura manter a paz.

Como um móvel caro sejamos talhados,

Pelo melhor carpinteiro, o Nazareno

Nos moldando em forma e beleza a cada corte aplicado.

Nossa alma carece do Seu trato,

Para que possamos em nossa essência, ser d’Ele um retrato.

De bondade, de compaixão e de humildade

Tendo como base a fé, a esperança e a caridade.

Luciana Sá de Carvalho
Enviado por Luciana Sá de Carvalho em 08/05/2024
Reeditado em 08/05/2024
Código do texto: T8058777
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