Carpintaria da vida
A despeito dos incontáveis desafios da vida,
há ainda quem se erga como lixa para seu semelhante,
Afrontando a paz, promovendo agonia constante
Afiados como machado, suas palavras e gestos rudes em cena,
Empenhando-se em tumultuar, em perturbar, sem pena.
A lixa, pensa que machuca, com seu papel áspero e rude,
Não percebendo que é ela quem se ilude.
Pois ao ser perturbado, aprimora-se o ser lixado,
A paciência e o perdão como metais no fogo são forjados
Cada golpe desferido somente à lixa corrói.
Nosso caráter em formação se assemelha a madeira,
Suas arestas, rústicas e ásperas precisam de aparo
Com o “trabalho” da lixa, a beleza se faz.
Na carpintaria da vida, somos um móvel a esculpir,
A lixa que acredita ferir está apenas a polir
As virtudes do coração de quem procura manter a paz.
Como um móvel caro sejamos talhados,
Pelo melhor carpinteiro, o Nazareno
Nos moldando em forma e beleza a cada corte aplicado.
Nossa alma carece do Seu trato,
Para que possamos em nossa essência, ser d’Ele um retrato.
De bondade, de compaixão e de humildade
Tendo como base a fé, a esperança e a caridade.