No sabor da poesia

Não me conte da noite.

Deixe. Deixe-me sentir.

Deixe-me desenhar

Sobre um céu escuro,

O sussurro do vento

Chamando minha rede

Dentro da varanda.

Quero sentar-me ali com meus netos.

Escorrega de novo por entre as telhas

Um leve fio de chuva,

Caindo, caindo

Nas folhas do cajueiro.

É mês de julho.

As mãos, pequenas e delicadas,

De João e Bruno,

Estão procurando folhas de caju

Olhando-as carregadas de gotas

E as florezinhas murchas

Deslizam para o chão.

Quanto mais vivo... mais admiro

A natureza humana por ser capaz de sentir!

Teresa Cristina flordecaju
Enviado por Teresa Cristina flordecaju em 02/07/2016
Reeditado em 02/07/2016
Código do texto: T5685374
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