31.07.16
voinha
lê um livro espírita no canto da sala
tentando maquiar o buraco imenso que se abriu após saber que tia nazaré jamais voltaria daquele hospital
eu
caminho de uma lado para o outro embriagado pelo tédio
a garganta tá fodida
a panturrilha tá doendo
o texto tá péssimo
e não saio de casa faz dois dias
é como se eu tivesse preso num final de semana que nunca termina
onde todos os dias são domingos a noite
com faustão e siga bem caminhoneiro numa tela de cinema 3d em looping