Ser da caatinga

Ser da Caatinga

Ser da caatinga: ser gente, ser forte, ser abandonado, ser eu

Ventos uivantes: tempestades carentes e terrenos arredios

Sorrisos amargurados: inclinação robusta e gemidos retorcidos

Convivência brejeira: riqueza de espécies e desertos desgarrados

Sentimentos arraigados: consideração de pedregulhos e leveza

Ser da caatinga: ser da roçado, ser solitário, ser contrário e contrariado.

Espinhos dilacerantes: agudos olhares e mãos fragilizadas

Vegetação rameira: linguagem aberta e almas generosas

Gente sofrida: gritos desafiadores e lenços estépicos

Sol escaldante: raízes profundas e águas carrascas

Ser da caatinga: ser inexorável, ser nordestino, ser arretado e aconchegante

Alma desmatada: degradação dos costumes e escassez dos celeiros

Futuro indeterminado: sutileza do mandacaru e das bromélias

Substratos rochosos: olhares ciprestes e esperança árida

Raça ameaçada: desejos emblemáticos e resignação incomum

Ser da caatinga: esmo da interação e desafio da sensibilidade.

Jorge Ribeiro

Pejotaribeiro
Enviado por Pejotaribeiro em 01/08/2017
Código do texto: T6071302
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