Não derramai o cálice da Vida!

A vida é como um sonho,

Quando se acorda, um susto medonho,

Para onde foi a nossa infância?

Se é que um dia fui criança,

A vontade de crescer era tanta,

Planta, colhe, come a janta,

Quanta coisa se escorreu,

Do meu, do seu, desejo de sonhar,

A lida, a labuta, imbuídos na luta,

Nem se dá ao luxo de amar,

Pensar, cantar, refletir e imaginar,

Quem tem asas são os anos e não os anjos,

Um jota sorrateiro colocado bem no meio,

Que feio, pois assim o tempo nos engana,

Pois o dom de degustar a vida, como doce bebida,

Poria mais sabor nessa minha boca sedenta,

De uma hóstia, de um cálice de água benta,

Desse corpo cansado em chagas e feridas,

De mente vacilante e de alma arrependida.

Geraldo Faria
Enviado por Geraldo Faria em 26/06/2021
Código do texto: T7286864
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