Cafezinho

Sirva-me um bom café, dono do bar

Quero algo para me despertar nesta manhã friorenta

Deixe-o aqui ao lado, perto deste jornal amassado

As notícias não param de vender

Se me descuido por um só minuto, fico atrasado

Isso que dá vir beber antes do sol nascer.

Mania de gente antiga, não é?

Gente vivida tem dessas

Logo, logo você não irá mais me ver

Está quase na minha hora, devo ir depressa

Se não, acabo perdendo o trem das duas e meia

Não posso me atrasar, rapaz, não devo

Tenho apenas passagem de ida, compreenda

Depois pedirei para que alguém pague o que lhe devo.

Sem cerveja ou uma pinga

Somente um cafezinho para começar o dia

Que nada aconteça, afinal

Que paz sinto ao saboreá-lo lendo um jornal

Afasta-me todo o mal, enquanto desce quentinho

Dono do bar, só me traga um copinho

Que já logo vou-me indo.