ser.ambiental@vida.com

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Maria do Carmo Apolinario

Sou uno e múltiplo neste universo que me acolhe: extremidades

em que se dependuram contrastivamente, o amor e a dor,

o completo e o inacabado; o local e o distante.

Sou homem, genérico ser, revestido de verdes folhagens

Oxigênio vital, indispensável à continuação de mim mesma.

Sou vida, seiva invisível, metaforicamente ambientalista, resisto.

Vejo Chico sangrando, de braços abertos, velhos cedros caídos, expiam

de mim a avareza brutal, culpa inconsciente sussurra um gemido, jequitibá!

Meu mundo verde é minha casa, agoniza em fumaça, pede socorro, Oxalá.

Chora minha prole de sede, já há não mais o que beber. Capibaribe! Tapajós!

Não há respost@s, o meu apelo é vã. A bolsa, valorosamente, impõe um grito

consumista. Sobra o nosso lixo de todas as horas, presunçosamente invade

o meu País e suja de arrogância a antessala palaciana. Diplomacia ambiental.

Novos rótulos se multiplicam, chefes abarrotam a lata de lixo, cotidianamente.

Minha voz insiste neste ambiente em que sou natureza cósmica indissolúvel.

A minha esperança é verde clorofila, envolta em aroma existencial, renova-se

em cada célula que habita o universo. Esperança contida, fraternalmente.

Somos uno e múltiplo. Choramos a desambientação da nossa casa, o planeta.

Indagamos onde abrigar nossos descendentes, devolver-lhes a natureza.

Uma provocação à consciência e às atitudes antiambientalistas.

Almalinda
Enviado por Almalinda em 25/01/2022
Código do texto: T7436745
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