NORDESTE DOS SILVA

Em estradas poeirentas

Pessoas empoeiradas.

Vai o retirante e tenta:

Come poeira com água.

Difícil e amarga sina,

Não poupa homem e mulher,

Cala menino e menina,

Dureza que ninguém quer.

A seca ainda existe

Como antes sempre existiu.

É um destino mui triste

Que risca que nem Bombril.

Com fé roga o nordestino

Olhando pro alto, pro céu,

Seja homem ou menino,

Chuva na terra qual véu.

Um véu que vai virar verde,

Verde verdinho da silva;

Chuva que mata a sede

Dos bois nos pastos dos Silva.

Enrugada terra seca

Dá lugar à plantação.

Das vacas leite das tetas

Espirra em profusão.

rub levy
Enviado por rub levy em 26/09/2022
Código do texto: T7614576
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