NORDESTE DOS SILVA
Em estradas poeirentas
Pessoas empoeiradas.
Vai o retirante e tenta:
Come poeira com água.
Difícil e amarga sina,
Não poupa homem e mulher,
Cala menino e menina,
Dureza que ninguém quer.
A seca ainda existe
Como antes sempre existiu.
É um destino mui triste
Que risca que nem Bombril.
Com fé roga o nordestino
Olhando pro alto, pro céu,
Seja homem ou menino,
Chuva na terra qual véu.
Um véu que vai virar verde,
Verde verdinho da silva;
Chuva que mata a sede
Dos bois nos pastos dos Silva.
Enrugada terra seca
Dá lugar à plantação.
Das vacas leite das tetas
Espirra em profusão.