Madrugada afora
Quando o papo é bom se perde a hora
Vira madrugada a fora
A doces histórias contar
Se fala de tudo um pouco
E de pouco um quase tudo
Em delírios
O absurdo
De o dia pela noite trocar
O cinza se colore
O escuro se realça
No brilho do olhar
O mudo vira falante
O tagarela errante
Se dispõe a escutar
Até que o corpo cansado
Os olhos marejados
De sono
Calma a voz
Para clamar
Que e tempo de despertar
Mas já e hora de dormir..
Ana Lu Portes, 12 de novembro, 2023