Daqui

Daqui vejo carros

Prédios

Onibus

Gente em desalinho

Qual formigas

Enfileiradas

A procura de abrigo

E ninho

Daqui vejo tudo tão imenso

A deitar a visão no horizonte.

E ao mesmo tempo tão pequeno

Pontos perdidos

Qual peças de monte e desmonte

Daqui vejo o céu cinza de fumaça

Que arranha a garganta

Os olhos

E as lembranças

Vejo aviões e bem te vis

A dividir e cortar as nuvens

Em seus vôos

Daqui vejo um outro céu

Retirado das memórias

Em que o alto das montanhas

Me punha a escalar

E em minha meninice e inocência

Queria alcançar os pássaros

E tocar as estrelas

Ana Lu Portes, 19 de novembro 2023

Ana Lú Portes
Enviado por Ana Lú Portes em 19/11/2023
Reeditado em 19/11/2023
Código do texto: T7935139
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