vagalumes cansados

VAGALUMES CANSADOS

Na madrugada fria

Ando nas ruas vazias

Que agora finjo ser minhas.

A menina que por mim passsa

Com a maquiagem desfeita,

Agora sim, é realmente bela.

Sua cabeça em festa é bela,

Sua mente infesta é bela

Sua boca de muitos sabores é bela

Os cigarros, os chopps,

Os cafés, os beijos de amor...

Tudo é belo na madrugada fria.

Eu caminho.

As calçadas ficam para trás.

Estou sem máscaras, sem nada.

Os que me acompanham,

São apenas vagalumes cansados,

Com suas lanterninhas fluorescêntes

Iluminado minhas pegadas.

Mais adiante na calçada à direita

Um anjo doente dorme.

De sua boca pequena,

brotam os dentes podres.

Das suas mãos magras

aparecem a oferta do dia que se passsou:

Dois cigarros.

O anjo dorme e eu finjo,

Como todos os outros finjo.

E na madrugada fria vou caminhando

Em busca do bar esperança,

O último que fecha as portas.

Vamos vaguear vagalume???

Eduardo Lemos
Enviado por Eduardo Lemos em 30/05/2008
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