Nas ruas das cidades
Nas ruas das cidades
Rasga o silencio da noite um grito estridente.
Logo após, um silencio Pavoroso e caótico;
Toma conta. Aos poucos, vai se ouvindo,
Ruídos de carros, sons de sirenes,
Pessoas gritando e outras chorando.
Der repente um diz, eu conhecia este infeliz!
Que por aqui vivia andando pedindo esmolas.
Não perturbava ninguém, também não roubava;
Vivia com um tubo de cola, um calção rasgado,
Uma camisa de um time qualquer desbotado;
Tinha o cabelo, crespo e assanhado;
O rosto envelhecido mesmo, aos, mais ou menos,
Quinze anos de idade; o corpo marcado,
Pelas pizas que recebia diariamente.
Não se sabe se tinha irmãos e nem pais,
Não tinha ninguém, nem um vintém;
Só um tubo de cola, sua vida não valia,
Mais que uma esmola.
Contentava-se com o pouco que achava no lixo,
E mesmo, assim, dividia com um cão
O que para ele era sua refeição.
Nome, não se sabe se tinha.
Não sabia ler, nem sabia escrever;
Nem tinha documentos que provasse sua existência.
Quando estava na calçada, pedindo esmolas;
As pessoas passavam e ignoravam. Esta forma indigente.
Amanha ninguém notara sua ausência,
Pois, é só, mais um mendigo assassinado,
Nas ruas das cidades.