Nas ruas das cidades

Nas ruas das cidades

Rasga o silencio da noite um grito estridente.

Logo após, um silencio Pavoroso e caótico;

Toma conta. Aos poucos, vai se ouvindo,

Ruídos de carros, sons de sirenes,

Pessoas gritando e outras chorando.

Der repente um diz, eu conhecia este infeliz!

Que por aqui vivia andando pedindo esmolas.

Não perturbava ninguém, também não roubava;

Vivia com um tubo de cola, um calção rasgado,

Uma camisa de um time qualquer desbotado;

Tinha o cabelo, crespo e assanhado;

O rosto envelhecido mesmo, aos, mais ou menos,

Quinze anos de idade; o corpo marcado,

Pelas pizas que recebia diariamente.

Não se sabe se tinha irmãos e nem pais,

Não tinha ninguém, nem um vintém;

Só um tubo de cola, sua vida não valia,

Mais que uma esmola.

Contentava-se com o pouco que achava no lixo,

E mesmo, assim, dividia com um cão

O que para ele era sua refeição.

Nome, não se sabe se tinha.

Não sabia ler, nem sabia escrever;

Nem tinha documentos que provasse sua existência.

Quando estava na calçada, pedindo esmolas;

As pessoas passavam e ignoravam. Esta forma indigente.

Amanha ninguém notara sua ausência,

Pois, é só, mais um mendigo assassinado,

Nas ruas das cidades.

poeta plebe
Enviado por poeta plebe em 23/07/2008
Código do texto: T1094699