CONDIÇÃO (SUB) HUMANA
Enrodilhado nas desventuras
pobre menino de rua
passando frio, bebendo chuva
amassando o barro, vida crua.
Pedindo as sobras não basta,
falta-lhe sempre tudo,
choraminga dissabores,
desiguais descobertas,
do agasalho às cobertas
dos invernos que não passam
nunca chegam.
Sabores, a boca não sente,
cheiros do olfato fogem,
herança maldita,
pobreza insólita,
ser humano assim,
ser animal é igual,
social em vertical,
abandono real.
Pródiga a mãe-natureza
alimenta e agasalha,
alcança a migalha
bastante pra vida seguir...
Publicado na Coletânea da Casa do Poeta Riograndense - 44 anos - 2008, pág. 177 - Porto Alegre/Rs.