Poema Às Escuras

Escrevo aqui, baixinho

O que quero gritar ao mundo

- Acorda vagabundo!

Deixe de ser tão mesquinho

Se sussurro, não é por medo

É por querer ser discreto

Não irei dormir tão cedo

Para não ter que ficar encarando o teto

Não mundo, nunca, nunca

Deixarei que me cales, ou me ensurdeça

Dê-me antes, um belo tiro na nuca

Antes que até de ti, eu me esqueça

Ora mundo, não sou tolo, nem você

Então cadê a liberdade de expressão?

Escondido onde nem você pode ver?

Ou escancarada no rosto da multidão?

É você, mundo, que me diz

Que posso sim, falar do que eu quiser

Mas risca no chão, linha de giz

Me limitando dentro do que eu mesmo disser

Então rabisco, poeminhas às escuras

Sem medo, da opressão que nos espanca

Será isso apenas um modo de censura

Ou a ditadura que nos expõe as suas ancas?

N.A : Poema rascunhado inicialmente, como trabalho acadêmico.

Introdução de um texto que discursava sobre a liberdade de expressão no mundo atual.

É íncrivel como até hoje, ainda temos que policiar nossas palavras e atos.

Um abraço aos amigos escritores que ainda têm coragem de escrever e falar o que pensam.