Paixão
Nó na garganta que não se desfaz.
Laços no coração, emaranhado nó.
Frio na barriga que não nos apraz.
Pensamentos, torvelinho de cipó!
Nos ouvidos soam doces violinos,
No peito rufam torpes tambores,
No dobrar dos santos sinos,
Anunciam alegrias e dissabores!
O tempo sentado, travado, moroso,
Rindo da nossa angustiada pressa,
Em viver um sonho vitorioso!
Sobrevindo sorte dúbia ou reversa,
Estraçalham a eterna esperança,
Os vis caninos da desconfiança!