UMBANDA LARGA

Umbanda larga

De pixels pontuais

Invadindo a Amazônia

Desbravando os seringais

Transamazônica eletrônica

Que atravessa igarapés

Eletrocutando mães-d’água

Indexando tucunarés

Abre-se o portal da grande rede

Abraçando os mananciais

Sodomizada hiléia verde

Por bits, zeros e uns

Luzes e apagões, noite tropical

Tantos sinais, floresta quase virgem

Latifoliada flora

Verdejante monitor dos brasis

Reflete a canoa quebrada

O barraco à margem de elétrons

Caboclo morto a olhar o céu

Procurando uma onda

Potes de cerâmica repletos de imagens

Apenas signos. O que querem dizer?

Manadas de Bois-Garantidos

Caprichosos boiadeiros aboiando

Peixe-boi não se pode tanger

Guiados pela câmera-mãe

A apontar um norte de sangue

Um boto viola indiazinha Kaingangue

Que um dia vai gerar uma lenda