Nada

Nas máguas de uma incerteza

resta ainda a leveza

de poder sonhar e sorrir.

Foram tantos planos,tantos desenganos

mas,mesmo assim eu sorri.

Sorri para o homem que passa

me fazendo muita graça,naõ sabendo o que se passa.

Sorri para uma criança

imagem de esperânça

sem saber o que se passa.

Sorri para o meu amigo

que estando ele comigo

não sabe o que se passa.

Sorri para o velho tolo

que doente de um olho

não sabe o que se passa.

Sorri para o servente

com terrível dor de dente

chorava prá quem passava.

Sorri para o ser aflito

que sem saber nada disso

olhava todos que passavam

pedindo auxílio com mágua

um pouco de quase nada.

E todos passavam correndo

um e outro se comendo

uma maneira zangada

de olhar para um ser como um nada

não sabendo que o nada é ele mesmo.

sandra canassa
Enviado por sandra canassa em 12/11/2008
Código do texto: T1279463
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