OS CINCO CRIMES (DAS) CAPITAIS
E as luzes da cidade ofuscam meu brilho
Brilho tão moderno, excêntrico
Ao alto, elevo as mãos, cadê o meu brilho?
Passou, gritou o senhor da pura verdade ofuscada.
E as vozes da cidade escondem a verdade
Verdade volátil, densa
Ao chão, grito ao redor, cadê a verdade?
Escreveu, ditou o editor chefe da lente da verdade obrigada.
E o toque da cidade maquiou o invisível
Invisível perto, feroz
Aos deuses, louvo divinamente, cadê o invisível?
Amamentou, disse a senhora da rosa escondida no sangue real.
E o canto da cidade ecoa diferente
Diferente forma, marginalizado
Ao instrumento, choro discretamente, cadê o diferente?
Dissipou, aclamou o político nova na fama de achar nada.
E a fome da cidade me destrói lentamente
Lentamente surdo, fome-mente; fomemente
À compaixão, derreto-me, cadê a rapidez?
Parou, reiterou a criança no chão pensando na mudança: lentamente
As luzes da cidade ainda ofuscam minha visão
As vozes da cidade ainda escondem a verdade
O toque da cidade ainda torna-o invisível
O canto da cidade ainda ecoa estranhamente diferente
Mas a fome da cidade ainda nos destrói a lentamente a cada dia que se avança...