Presenças Ausentes

"Há sempre algo de ausente que me atormenta"

(Camille Claudel)

Ao homem vejo, faltam os seios,

Às damas, um falo, cheio de veios,

A quem vive aos tropeços e desalinho,

Por certo conta com a falta de carinho.

E por mais que se tenha juntado,

É sempre pequeno o tesouro!

Falta um níquel para o guisado,

E para o jatinho, um pouco de ouro!

Sendo faminto ou rico abastado,

Uma coisa sempre nos iguala:

Estamos com o tempo contado!

Talvez a ausência da dita vergonha,

Que se cultua, mas ninguém propala,

Apodreça na cova, que a todos enfronha!

Eloy Fonseca
Enviado por Eloy Fonseca em 08/09/2009
Código do texto: T1799467
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