Presenças Ausentes
"Há sempre algo de ausente que me atormenta"
(Camille Claudel)
Ao homem vejo, faltam os seios,
Às damas, um falo, cheio de veios,
A quem vive aos tropeços e desalinho,
Por certo conta com a falta de carinho.
E por mais que se tenha juntado,
É sempre pequeno o tesouro!
Falta um níquel para o guisado,
E para o jatinho, um pouco de ouro!
Sendo faminto ou rico abastado,
Uma coisa sempre nos iguala:
Estamos com o tempo contado!
Talvez a ausência da dita vergonha,
Que se cultua, mas ninguém propala,
Apodreça na cova, que a todos enfronha!