Ratos Humanos
Nasce o dia e o sol cuida para que o seu brilho não ofusque os olhos dos desesperados e não corroa o estômago dos que tem fome;
Humanos assim como ratos no esgoto, devoram as sobras como num desfrute à sobrevivência, um mal necessário e saboroso para os que apenas conhecem o banquete dos lixos;
Rastejam como animais irracionais que não são e emprenhados de seus filhotes que já nem crianças são, perambulam pelo imundo e familiar chão;
A liberdade em cárcere privado, onde testemunhas sufocam toda dor, fazem parte deste quadro real que sem opção, escolhem o horror;
De vocabulário ausente, a palavra futuro tornou-se inexistente e na lei das ruas as palavras que conhecem são sobreviventes;
A vida do lado de fora, ao relento dos lares não é piedosa, é fria e vazia como mãe maldosa.