No Subúrbio

Meninos correndo junto às valas,

Brincam sem medo com os pés descalços.

Não há temor de virem os percalços:

Os choros no subúrbio, vindo as balas.

Para tantos, a tragédia diária,

Rotina do problema social

Que torna as vidas um conto banal,

À escopeta da orquestra funerária.

Mas se Vila Lobos pudesse ver

(Se é que ele haveria de crer)

O quão decadente tornou-se o som!

Vozes gritando. Nas ruas, as grades...

Aos tiros, ao caos, desumanidades.

Que um dia essa orquestra mude de tom!

Edmond Conrado de Albuquerque
Enviado por Edmond Conrado de Albuquerque em 10/11/2009
Reeditado em 15/11/2009
Código do texto: T1915191
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