nem bom, nem mal, humano

no universo conhecido, amor

nem só é bom nem apenas dor

a pessoa, penso, entanto, mata

é morta por outro animal

mesmo semelhante feral

pela fome ou por rival

passa o tempo e a história

é presente entre nós, amada

e por pouco ou mesmo nada

tanta gente assassinada

pela hegemonia conquistada

de nacionalidades a tribos

escravizam-se soberanias

de terras nacionais ou tribais

de outros iguais

não mais lanças, espadas, punhais

após a pólvora, o chumbo, sabeis

são canhões, foguetes, mísseis

das ferrenhas disputas cruéis

para adonar-se da pouca água

da muita terra, de quase nada

transformado em mercado

conquistada em tanta guerra

nem boa ou má a pessoa nasce

há um caminho de opressão

a exploração em marcha batida

a corrida da iniquidade, amada

não é feita por piedade

prevalece a desumanidade

há progresso, há ciência

nos detalhes e na essência

mais controle de doenças

mais vida em expectativa

para poucos, se bem diga

os de cima... a indecência

há gente que morre de fome

sem meios mais de guerrear

devastações são continentais

sem solidariedade a barrar

a barbárie já retorna

e um senhor da guerra capaz

é premiado campeão da paz

dos campos de papoula

cocaleiros dos quintais

num botequim de favela mais

leva chumbo um soldadinho

fogo amigo de outro bandido