Meus

Negros, mulatos, caboclos

Todos eu

Todos irmãos meus

Negros, mulatos, caboclos

Expropriados do campo

Da estância, da colônia

maldito povo

branco crê em um Deus

branco - não ama os seus

deixa os meus

perdas

caos exótico e urbano

Não há o que comer

Não há onde plantar

maldita pátria

expatria o seu melhor

inspira em branco gelo

azul tristesa

vermelho tirânico

maldito povo branco plutocrático

queima e cobre o vale

do meu sertão - com argamassa

voltaremos a terra

repousaremos nosso espírito nas

sobras de matas entre planíces

verdes e mortíferas

Pachorrentos junto aos nossos

se brancos lastimam nosso

corpo...

não hão de dominar nossos espíritos

Magnabosco
Enviado por Magnabosco em 21/07/2006
Código do texto: T198770