Inocência

E esse olhar pra que me vai em frente

E de tanto, desperço a falta de miim

Saber que deste sou pequeno, tão igual

Sei que sou criança, errante neste erro fatal.

Quando estou só de mim, cá me vai também

Quando adormeço em terra de amargura, sem notar

Como é bom viver sem o perigo a rodear-me

Abraço forte este colo que me açoita, este leão.

Viver de que te quero, inocência...

Viver um conto de momento, como num livro

Em páginas imutáveis saber que acordarei, sem pesar

Em canto encontrar-me, no papel sem fim da vida.

De quão inocente sou, nem percebo...

De quão grande ignorância me julgas, hipocrisia

Sem que notes, sou como você hoje...

Onde está minha inocência, onde escondeu-se de mim?