CARNAVAL
* Esqueçamos daquela gargalhada
estancada na máscara ocultando
o desgosto no rosto
dita tanto nos velhos versos.
Sob milhões de sons elétricos
ou margeados por marchas
o ilícito,impulsivo como nós,
nos é possível,íntimo,inócuo...
Por isso o riso é rido risonhamente
não fingido ou nem rido
como diariamente.
Por isso o suor
salpicando o corpo
não é sangue nem lágrima
diurna e diária.
Beijam-se bocas e copos,
jogam-se serpentinas e corpos,
corpos levíssimos
(bíceps e bundas
borbulhando no
bloco e no sexo).
Abadas e fantasias
ou
mulheres despidas
e homens com as vestes
despidas pelas mulheres.
Tudo
sob milhões de sons elétricos
ou margeados por marchas
em 4 dias sem
marcas de tiro,
manchas de sangue..
4 dias de risos lícitos
4 dias sem dívidas,
disputas e dúvidas,
4 dias de folia
(que rima com alegria)
4 dias de alegria
onde o povo(o povo mesmo)
ri e rimam-se entre si.
Sob milhões de sons elétricos
ou margeados por marchas
matam por 4 dias
tudo que os mata
antes e depois dos 4 dias.
* Depois
a alma e a carne do carna-
-val não cessam em cinzas
cinzas que anunciam
o reinicio do suplício
O cinza é indicio de queima
Queima de energia e alegria. (Os deuses sentiram o cheiro lá
de cima ,incenso)