" ELA  LEVOU  O  AMOR"

Evaldo da Veiga



Aquela alegria que os amigos elogiavam
e o pessoal de casa dizia graças a Deus.
Aquele papo aprofundado, narrativa vivaz,
que no bar diziam, ele sabe dizer.
Aquelas defesas de tese que encantavam os justos
e a vizinha esperava mais uma vez...
Aquela roupinha bem transada que aos domingos
era elogiada na Praça...
As fotos do lambe lambe no amarelo colorido
ficando sob o vidro da máquina...
Tudo isso ela seqüestrou no invisível
e, testemunhas então, nem falar...
A crença em São Jorge,
N.S de Nazareth, Ogum e Xangô,
ela pediu ao cavalo no Centro do outro lado,
que incorporasse e desse o recado:
que ele não tenha, dia útil ou feriado...
Aqueles anseios desde a juventude,
estar coeso na oposição aos males,
ela tentou corromper um esperto com cem mil,
mas viram o volume da grana na cueca...
Chamaram os Federais,
foram presos, ela e o Vereador,
mas no fim da tarde soltos por hábeas corpus...
Sem solução na justiça, juizes desajuizados,
ele foi ao Centro Forte do Pai de Santo Djalma,
e pediu: quero a Selminha estéril,
ss políticos castrados, 
e  esses canalhas,  
nem no próximo inventário.

evaldodaveiga@yahoo.com.br