DE NOEL A SANTA CRUZ

Quando pus o meu pé na estação

Me bateu uma forte sensação

De que a vida seguiu na contramão do viver

Encarei a mudez desconsolado

Vi olhares no trem amontoados

Num vagão sem desejo de viver

Uma voz a dizer-me a todo instante

Que vendia milagres, ambulantes

Muito mais do que eu poderia imaginar

Papeis celofane, cintilantes

Usuários distantes, descontentes

Com a pressa do trem sobre os dormentes

Vendo a vida passando devagar

Mas o tempo parou, pela janela

Vi as cores correndo, uma aquarela

Na tela que o trem deixou ficar.

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( Baseado na crônica homônima de Liliam Maial )

http://www.lilianmaial.com/blog.php?idb=21603

Helio Pequeno
Enviado por Helio Pequeno em 01/03/2010
Reeditado em 01/03/2010
Código do texto: T2113595
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