DE NOEL A SANTA CRUZ
Quando pus o meu pé na estação
Me bateu uma forte sensação
De que a vida seguiu na contramão do viver
Encarei a mudez desconsolado
Vi olhares no trem amontoados
Num vagão sem desejo de viver
Uma voz a dizer-me a todo instante
Que vendia milagres, ambulantes
Muito mais do que eu poderia imaginar
Papeis celofane, cintilantes
Usuários distantes, descontentes
Com a pressa do trem sobre os dormentes
Vendo a vida passando devagar
Mas o tempo parou, pela janela
Vi as cores correndo, uma aquarela
Na tela que o trem deixou ficar.
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( Baseado na crônica homônima de Liliam Maial )
http://www.lilianmaial.com/blog.php?idb=21603