Correntes partidas

Não me peça para olhar para o chão,

Não me faça acreditar na sua compaixão,

Carrego no sangue a necessidade constante,

De lutar contra as armas do senhor dominante,

Sou cavalo que galopa sem arreio, disparo,

Agora é minha vez de acelerar, não paro,

Não me peça pra pisar no freio, lhe sairá caro,

O capitão do mato estalava a chibata montado a cavalo,

Agora o sargento engantilha o fuzil num carro blindado,

Cortei gargantas, corri pro quilomobo, me fartei de quirela,

Subi o morro, bebi água da chuva, mais um morando em favela,

Sua escola rejeitou minha presença: descalço aqui, não !

Hoje fujo da chacota, quero um Nike, chega de pé no chão,

Pergunta ao Imperador: -Quem foi obrigado a erguer essa Nação?

BORGHA
Enviado por BORGHA em 17/03/2010
Código do texto: T2143195
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.