quereres
quero trazer
meu coração á mão
como uma bandeira coletiva
pra espalhar pelo mundo
os pulmões de rosa do meu povo
quero medir o infinito
com os palmos do meu grito
quero arrepiar meus cabelos
nas ruas gordas de gente
quero dançar com meus irmãos
alguma valsa do futuro
ou, talvez quem saiba,
borbulhar na rua
como um hidrante de afeto
quero empalmar minha alegria
como os jovens empalmam a vida
e os restos de angústia
que se entrançam no peito
quero lançá-los ao vento
pelas frestas dos cabelos.
Quero pousar na paz
indefinidamente
e sonhar todos os sonhos
que se dêem a gente.