O Dia do Índio

Um dia à Brasília um protesto foi fazer

Demarcar sua terra e o direito de viver

Com muita tristeza esse dia ficou

Marcado na memória de um povo sofredor

Perdido da tribo e sozinho a vagar

Foi maltratado sem ter merecido

No enorme Distrito ele quis descansar

Num ponto de ônibus foi esquecido

Dormindo e sonhando o índio ficou

A inocência perdida ali se instalou

Em súbito momento ele veio acordar

Banhado em chamas sem poder gritar

A crueldade assolou todo Brasil

Encheu de vergonha uma multidão

Cinco delinquentes de um mundo vazio

Mataram o índio sem compaixão

Para o Brasil fica uma lição:

O pobre, o negro, o índio sem posição,

é muitas vezes sucumbido sem perceber,

Pelo branco, pelo rico, ou aquele que tem o poder!

*Homenagem ao índio Galdino que foi morto dormindo numa parada de ônibus em Brasília.

Gisele Lima
Enviado por Gisele Lima em 22/08/2006
Reeditado em 22/08/2006
Código do texto: T222320