r. joão saraiva - uma visão possível
à porta da fábrica de sonhos
fungos
gritam à espreita
de um lugar para respirar
em frente toupeiras
de sombra
de sombra colada na parede
fumam restos de tempo
abutres para cima
e para baixo
bem arranjados finamente
penteados para cima
e para baixo
comem almas de ratos penados
escondido
pela máquina dos selos
está um poeta
a dizer de cabeça
poemas obscenos
aos corpos das mulheres que passam
Luís Abreu
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