DEZ, NOTA DEZ!
Há certas coisas que acontecem,
eu não nego
O amor é cego,
sei que é porque carrego
Esse comigo e não merece explicação
Por Deus, não cri
Quando eu ouvi que Maristela
Desceu do salto e subiu para a favela
Apaixonada, veja que contradição!
A moça era
o que há no mundo de arrogante
Cordão de ouro e pulseira de brilhante
Não se movia se não fosse num carrão
Agora passa na garupa, tão faceira
Do motoqueiro, rumo ao alto da ladeira
Seja no Estácio,
no São Carlos,
no Alemão!
Vejo essa moça debruçada na janela
Em pé na porta, a mais sublime sentinela
Uma miragem,
Uma deusa,
Uma visão!
Hoje desfila toda essa simplicidade
Deixou no asfalto toda a sua vaidade
Pra ser destaque dentro do meu coração.