O vendedor de versos

Não tenho nada,

é o que diz o povo

Eles pensam que:

O meu muito é pouco

Minha riqueza não tem seguro,

Nem está em conta bancária

Mas neles incomodam:

O meu sorriso na cara

Sem dinheiro não sou gente,

é o que a maioria diz

Mas tendo saúde em abundância,

Me basta pra ser feliz

O que faço mata minha fome

Sou dono do meu nariz

Ser poeta na madrugada

Foi o que meu destino quis

Vivo da sua gratidão

Esperando que os meus versos

Toquem seu coração

Como efeito de remédio

Diminuindo suas dores

Mantendo longe o seu tédio

O que ganho de gorjeta

Compro minha cachaça

Não devo nada pra ninguém

E não preciso de mais nada

Apesar de poucos aplausos

Esse show vai continuar

Comercializando versos

Deixando a vida me levar.

Juan Piva
Enviado por Juan Piva em 06/07/2010
Reeditado em 06/07/2010
Código do texto: T2362685