Central do Brasil

O que será que passa nessa cabeça pensante,

Dessa outra bela, jovem tão interressante.

O que ela deve estar pensando agora,

Não demora,

Ela pega seu ônibus e vai embora.

Com seu segredo guardado,

Um bilhete escrito de um namorado.

Reclama da condução que estava lotada,

Mas cede o lugar à um idoso que se sentava.

O que será que passa,

Nessas tão curtas mini saias.

Nas calçadas,

Andam descalças,

Tantas tintas no rosto,

Vitrine corpo,

Bolsas tão baratas que rodam, se vendendo por tão pouco.

O que será que passa, comida,

Nessas bocas de estômago tão vazias.

Nas esquinas quase desnudas,

No playground da casa da rua,

Nas sacolas havia cola,

Um pedido, uma esmola,

Almoço e jantar inexistente, sem casa, muito menos escola.

O que será, antes tivesse mentindo,

O olhar frio de um bandido,

Ando e olho,tantos ali indefesos,

A minha vida sem o menor valor ou preço,

Pátria mãe gentil,

Tantos filhos entregues ao frio.

Edilson Alencar
Enviado por Edilson Alencar em 16/07/2010
Código do texto: T2381943
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