Pobres, podres e podridão

A fome mata a vergonha e o cão

Mata a dignidade a honra e a razão

Faz o Homem levar ao chão a fronte

Catar restos pútrefes de carne

Latas e sacos plásticos,

Catar a vida em alimentos imundos.

Faz debruçar-se ao sol, no lixo,

Este vermívoro-urubu faminto,

Meu Deus, como um bicho,

Como um lixo seu.

Caçando migalhas de esperança

Entre entulhos de outro mundo,

Entre podres pobres e podridão.