Seu João...Ninguem

Abriu a lata do canto,

Fez sua refeição matinal,

E foi trabalhar no sinal.

Durante o dia de labuta,

Consegui alguns pertences

Ai meu deus! Cadê minha bolsa,

Estojo, relógio, escova?!

Alguns lhe foram úteis

Outros nem tanto,

O dia até que não foi mau!

Batom, documentos, espelho, celular...

Algum trocado mirrado,

De outros teve que se livrar!

Ao anoitecer volta pra casa,

Estende e puxa a capa do leito,

Outros já estão por lá.

O barulho é ensurdecedor.

Caminhão, motocicleta e trator,

O viaduto já se encontra frio e sombrio,

Pra mais uma noite de descanso

Do barbudo, invisível e maltrapilho ...

Do seu João.... Ninguém.