REBANHO
Eu me calei, não reclamei
Não protestei me acomodei.
Mas dentro de mim
Tudo se agita! Tudo grita!
E uma voz me sussurra:
- Você também é responsável.
Eu tenho medo, guardo segredo
Entra em degredo o meu coração.
Mas esse medo me deixa aflito
É como um grito na escuridão...
Eu, consciência, não fico quieto
Olho, aponto, mostro a maldade.
A boca cala tanta desonra
Tanta vergonha, tanta verdade...
Dentro da cuca o eco explode
Mas e inércia finge não ouvir...
E como eu, todos se calam
Vivendo farsas, falsos a sorrir...
Como cordeiros, mansos cordeiros
Entregues aos lobos, aos canibais
Vai o rebanho magro, faminto,
Se consumindo sem ideais...