Em ser herói

Relembro aquela estátua ainda em gesso,

Num grande derreter de sua leitosa importância,

Correndo em fino fio líquido, pelas ruas e becos,

Com todas as suas vitórias escorrendo para a sarjeta.

Finalmente descerra-se o pano.

Não lhe tinha nenhum sangue ou cicatriz,

E ainda lhe faltou o velho chapéu e o dourado pince nez,

Reclamados pela lembrança dos seus velhos conhecidos,

Para no final ser apenas pedaço de bronze no meio da praça.