SENTENÇA DE MORTE DE UMA SOCIEDADE CAÓTICA

Sentença de Morte de uma Sociedade Caótica

Na escória da sociedade

Correm por entre becos

Sem nenhuma dignidade

Crianças, jovens sem futuro

Sem destino, sem esperança

Não existe mais nada além do muro

A poeira em seus narizes é branca

O suor que escorre do trabalho, vermelho.

As lágrimas se disfarçam por meio da ilusão

A morte é certa, é a mistura

Do sangue e do pó, vermelho e branco

É assim que dormimos, e assim amamos

Subindo o morro, se compra prazer

Descendo o morro, muitos estão a morrer

Na escola do crime, se aprende na prática

Onde matar ou morrer é a única didática

Um olhar que comove

Mais um dia se morre

O frio congela os sonhos

A fome traz consigo o abandono

a cola sela o estômago

A infância é perdida

nas esquinas da vida

O vício mantido

sustenta uma falsa moral

Nessa farsa egocêntrica

Encontra-se o ser humano ideal

A prisão é coletiva

A culpa é de todos

Na medida que ignoramos

A miséria, a desgraça dos outros.

Priscila Canedo
Enviado por Priscila Canedo em 07/01/2011
Reeditado em 17/09/2013
Código do texto: T2714158
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