FRIO
No silêncio fininho da noite,
Na negritude áspera do chão,
O frio corta a beleza das flores,
Num movimento rude e trêmulo.
Dançam tristes as bailarinas,
Num bailar sem ritmo e automático,
É o inverno que desperta,
O sono leve da flora.
Das pétalas infantis e florais,
Escorrem gotas de neblina cristalina,
É o choro do sofrimento incontido,
Contido nas florzinhas sem abrigo.